Autismo no Brasil: diagnóstico é mais comum entre homens e crianças, revela IBGE 3s701f

Mais de 2,4 milhões de brasileiros declararam ter recebido diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), segundo dados inéditos do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número corresponde a 1,2% da população do país e marca a primeira vez que o censo nacional incluiu a pergunta sobre o transtorno, conforme previsto na Lei nº 13.861/2019.

O levantamento também apontou um dado significativo: os homens são maioria entre as pessoas diagnosticadas com TEA. São 1,4 milhão de homens frente a 1 milhão de mulheres. Essa predominância masculina se manteve especialmente entre os grupos de 0 a 44 anos.

Embora os motivos para essa diferença ainda não sejam totalmente compreendidos, ela acompanha tendências globais na distribuição de diagnósticos do transtorno.

A maior proporção de pessoas com diagnóstico de TEA está entre crianças e adolescentes:

Essas quatro faixas etárias somam 1,1 milhão de pessoas. Para os especialistas do IBGE, esses dados refletem o aumento da procura por diagnóstico precoce, impulsionado por maior conscientização entre pais e educadores.

Perfil racial e educacional k4541

Pessoas brancas representam a maioria dos brasileiros com TEA (1,3%), seguidas por amarelos (1,2%), pretos (1,1%), pardos (1,1%) e indígenas (0,9%).

Em relação à educação, o Censo revelou que a taxa de escolarização das pessoas com autismo é superior à média da população geral. Entre os estudantes brasileiros com 6 anos ou mais, cerca de 760,8 mil declararam ter diagnóstico de TEA — o que representa 1,7% do total de estudantes no país.

O IBGE ressalta que os dados referem-se à matrícula regular na rede de ensino, sem avaliar a qualidade do aprendizado ou os recursos de inclusão oferecidos.