Menor jacaré do mundo é encontrado pela primeira vez em planície alagada do Pantanal 59m5u

A pesquisa "A first approximation for the Herpetofauna species composition of the Taiamã Ecological Station, Pantanal of Mato Grosso, Brazil" foi publicada na revista científica Brazilian Journal of Biology 1v1o69

Estudo detectou a presença do jacaré-anão, o menor jacaré do mundo em tamanho, pela primeira vez em planície alagada do Pantanal mato-grossense, na Estação Ecológica do Taiamã, em Cáceres, a 250 km de Cuiabá. Uma das pesquisadoras foi a bióloga Jessica Rhaiza Mudrek, mestre e doutora em ecologia e biodiversidade, que detalha os resultados da pesquisa ao Primeira Página.

Jessica Mudrek detalha característica do jacaré-anão.

A pesquisa “A first approximation for the Herpetofauna species composition of the Taiamã Ecological Station, Pantanal of Mato Grosso, Brazil” foi publicada na revista científica Brazilian Journal of Biology, no ano ado.

Estudando os crocodilianos há 9 anos, a bióloga Jessica Mudrek relata que o trabalho tem dois resultados importantes. O primeiro é uma lista espécies e o novo registro do jacaré-anão no local.

“O jacaré-anão é a menor espécie de jacaré crocodiliano do mundo. Ele é uma espécie que menos apresenta estudos, porque ele tem hábitos noturnos e, geralmente, está associado com córregos pequenos de água limpa e correnteza. Ele não é tão facilmente visualizado como o jacaré do Pantanal, que ele não fica tomando muito sol. A temperatura corporal dele é mais amena. Então, ele precisa de lugares sombreados”, caracteriza Jéssica.

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Jacaré-anão foi registrado pela primeira vez em planície alagada, na Estação Traiam, região de Cáceres. (Foto: Leonardo Merçon)

Segundo a pesquisadora, não era esperado que a espécie ocue a planície de inundação, mas ela já foi registrada em outros pontos do Pantanal. O ambiente preferencial desses animais são córregos pequenos. O jacaré-anão também é encontrado em córregos menores de Cuiabá.

A pesquisa foi iniciada com um grupo de pesquisadores da Unemat (Universidade Estadual de Mato Grosso) e junto com a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) por um projeto para estudar a absolvição de agrotóxicos por grupos de animais. No entanto, o projeto foi paralisado antes da conclusão.

“Ao longo dos estudos no Rio Paraguai, dentro de Mato Grosso, a gente avaliou como está a estruturação populacional dos crocodilianos. No caso, tinham alguns pontos que só ocorriam jacaré do Pantanal e outros também ocorriam o jacaré-anão”.

Jessica Mudrek
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No lado à esquerda, em laranja, zona de ocorrência até então conhecida do jacaré-anão. À direita, sinalizado com a estrela, registro do jacaré-anão na ESEC de Taiamã. (Foto: Reprodução/A first approximation for the Herpetofauna species composition of the Taiamã Ecological Station, Pantanal of Mato Grosso, Brazil)

Especificamente na Estação Ecológica do Taiamã, os pesquisadores perceberam que onde estava o jacaré-anão, o mesmo local não era encontrado o jacaré do Pantanal. “Mesmo que eles tivessem no mesmo ponto, o jacaré-anão estaria numa margem do rio e o do Pantanal estaria na outra margem”, diz Mudrek.

Mudrek explica porque as duas espécies de jacarés costumam ficar afastadas.

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Para realizar a pesquisa, o grupo ficava em campo pelo menos por 12 dias. Segundo a bióloga, ela percorria cerca de 3 quilômetros de barco por dia para fazer o monitoramento dos animais.

Durante as idas, eram capturados os animais e levado até a base, onde era feita a pesagem, medidas, coleta de sangue e marcação dos dos jacarés. Após todo levantamento, eles eram soltos nos mesmos postos de captura.

Os estudos do grupo, no entanto, não chegaram a serem finalizados ainda em 2020. As coletas começaram em 2018, teve uma paralisação em 2019, houve uma retomada e depois parou novamente devido à pandemia.

Com a pesquisa, Mudrek diz que é forma de chamar mais uma atenção para a reserva Taiamã, por ser uma espécie diferente ainda não encontrada lá, até então. “O estudo foi uma forma boa para chamar a atenção dos pesquisadores para a reserva”, completa.

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