Melhor amigo de Valentina, minicavalo veio para ajudar no luto
Menina de 10 anos sempre quis ter um minicavalo, que há 11 meses chegou para trazer paz para a família
Quando a avó de Valentina partiu, o luto se tornou pesado demais. Entre a ansiedade e a dor da partida, a família teve a ideia de realizar um sonho bem antigo da pequena, de ter um cavalo para chamar de seu. Asterix surgiu assim há 11 meses e, desde então, os dois são melhores amigos.

“Desde que eu me entendo por gente eu quero um cavalo”, conta Valentina Vitória dos Santos Barbosa, 10 anos. Toda meiga, ela relembra que ao pedir de presente o animal, frisou que não queria ninguém em cima dele, nem cela ou outras amarras.
“Eu acho que é maus tratos com o bichinho. Eles ficam muito traumatizados”, justifica.
No dia a dia, Asterix é só chamego. “Ele vai até o meu quarto, me acorda, mexe no meu cabelo. É muito carinhoso”, se derrete Valentina.
Essa preocupação com o meio ambiente e o bem-estar com os animais é nato de Valentina, segundo a mãe dela, Aline dos Santos. Juntas, elas têm a minicabra influencer, Chanel Guimarães, além de cachorros, arinhos e o que mais der vontade.
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“O avô dela era fazendeiro. Faz três anos e meio que meu sogro faleceu e, desde que ela era pequenininha, ela pedia um cavalo. Ele sempre respondia que não dava, cavalo é grande, requer espaço. Eles falam que o animal precisa em média 10 metros quadrados. Eu deixo minha casa inteira aberta, com espaço para ele andar por onde quiser”, pontua.

Asterix tem 6 anos, 98cm de altura e está na família há apenas 11 meses. Aline não sabe toda a história do mini cavalo, apenas que ele veio de São Paulo, de um criador autorizado. Ah, e Asterix não é um pônei, porque neste caso, eles precisam ser maiores que 1 metro.
A família optou por adotá-lo quando percebeu que Valentina estava sofrendo com a partida da avó, que faleceu há dois anos. “Sempre moramos do lado da casa da minha sogra. Minha filha visitava a avó todo dia desde que nasceu. Ela era benzedeira e sempre tinha criança em casa, ou seja, era aquela festa. Quando a perdemos por problemas renais percebi que a Valentina estava mais fechada, não queria mais sair de casa”, frisa.
Quando a tristeza virou ansiedade, a família não hesitou e o plano deu super certo. “Estamos vendo inclusive com o psicólogo e vamos entrar com o pedido de registro dele como animal de assistência emocional. O cavalo ajuda no processo terapêutico”, pontua.
Doce
Segundo Aline, o cavalo tem um temperamento muito doce. “Tem um lugar que vamos aqui perto do bairro Taquarussu, que tem um campo gigante para ele correr e para minha cabrinha correr. As crianças vêm todas, eu distribuo a raçãozinha para eles darem e as crianças amam. Ele é amoroso, mas só se doa para quem tem alguma deficiência. Se ele percebe que o menino é cego, ele vem todo carinhoso”, conta, orgulhosa.
Essa tendência fez Valentina solicitar que a mãe inscrevesse projetos de visitação de Asterix em projetos sociais de Campo Grande. “Ela fez eu escrever em dois projetos de visitação para ir até o local com ele e ler as histórias que ela mesmo escreve. Se ela pediu, eu decidi acatar, até porque é algo que fará bem para ela e as outras pessoas”, esclarece.
Nem tudo são flores
Aline ressalta que antes de adquirir qualquer animal considerado exótico é necessário saber os prós e os contras. Segundo ela, Chanel é maravilhosa, mas amassa carro e faz cocô fora do lugar. Já Asterix é bem educado, mas precisa de um veterinário especializado e acompanhamento nutricional.
“Não é todo mundo que está preparado para receber um animal desses em casa. Tem que analisar a expectativa de vida, que haverá despesas veterinárias, com alimentação, orientação de nutricionista. Mesmo fazer um exame não é uma tarefa fácil”, conta.
“Eu mudei meu estilo de vida para criá-los. Esse ano, por exemplo, não viajei porque não tinha com quem deixá-los. Não vou levar só a cabra e deixar eles. Fazemos de tudo para que eles façam parte da nossa rotina, da nossa vida”, acredita.