Juntos para sempre: tutores eternizam na pele pets que partiram 9f64
Após a perda dos animais de estimação, tutores fazem tatuagens para mostrar que o amor é eterno 16537
A máxima de que um animal de estimação é o melhor amigo do homem, é praticamente unanimidade. Cuidamos, nos apegamos e nunca estamos prontos para a partida deles, mas essa hora chega! A dor é tão grande que consome toda alma e só quem ou por esse sentimento sabe. ?
Cachorro, gato, papagaio, hamster, seja qual for o animal, especialistas afirmam que eles atendem às nossas necessidades psicológicas e ainda proporcionam alegria, além de uma parceria muito forte no cuidado com a doença e a solidão. Por isso, muitos pais de pets eternizam seus filhos através de tatuagens, um modo de estar sempre perto daqueles que nos encheram de alegria no período de convivência.

A médica Kendra Lohana teve um amiguinho de quatro patas durante os estudos, que a ajudou nos momentos mais difíceis, dentre eles, a depressão. Ele sempre estava com ela nas horas vagas, inclusive durante a formatura. Ninho, como era chamado, partiu há quase um ano, após um acidente de carro e deixou um vazio grande no coração da dona.
“Lidar com a perda não é fácil, muitos dizem que ele foi no meu lugar”, conta a médica.
O acidente ocorreu durante as idas e vindas do interior para capital, onde ela trabalha. O veículo capotou em uma ribanceira e Ninho acabou sendo arremessado para fora. Ele não resistiu aos ferimentos e faleceu.
Tanto amor e companheirismo entre eles, até mesmo nos últimos minutos de vida de Ninho, não poderia acabar dessa forma. Foi quando Kendra teve a ideia de “levar” para sempre o melhor amigo com ela, eternizado na pele.
“A tatuagem foi algo que eu sempre quis fazer, para ter ele pra sempre em mim, por isso tatuei ele no meu braço, do lado direito, onde sempre posso olhar pra ele, o lugar onde ele sempre ficava sentado comigo no carro”, explica.
Ninho descansa em um túmulo feito pela tutora em uma chácara e, sempre que pode, ela ainda vai visitar o amigo.

Amor eterno 1v4a6o
Para a Juliane Crispin, tatuadora há 3 anos, eternizar os animais nos donos é um dom para poucos e ela acredita que essa habilidade tenha vindo do amor que sente pelos animais.
“Acredito que seja porque amo animais e me dedico ao máximo em cada trabalho. Também tenho esse apego com meus bichinhos e me identifico com meus clientes. Tento trazer a alma mesmo deles. Não é apenas mais uma tatuagem pra mim, é uma lembrança muito especial! E me sinto extremamente honrada em poder proporcionar essa proximidade entre eles, tutor e pet”, conta.
A marca na pele, segundo a tatuadora, não é apenas um desenho. “Tento trazer a alma mesmo deles, não é apenas mais uma tatuagem pra mim, é uma lembrança muito especial! E me sinto extremamente honrada em poder proporcionar essa proximidade entre eles, tutor e pet! ❤️, pontua Juliane.
Luto w382s
Cada pessoa tem uma forma de percorrer o longo caminho do luto. Para a advogada, Vitoria Junqueira Andrade, atravessar essa fase foi uma experiência dolorosa.
“A dor é muito difícil, porque você ama incondicionalmente, mas infelizmente eles precisam ir. O peso desse luto é o peso da perda de um familiar”, afirma Vitoria.
A advogada conta que perdeu há pouco tempo seu cachorro, o Lin. Ele foi diagnosticado com Cinomose e todo o processo, desde o diagnóstico até a perda, foi muito dolorido para ela e o esposo.
Lin foi cremado, suas cinzas estão em casa junto de um belo quadro que a tutora ganhou de amigos. Além disso, na pele, ela traz a imagem daquele amigo que lhe tirou as melhores risadas enquanto estava ao lado dela fisicamente.

Vínculo 6m1b43
O psicólogo Flávio Arce explica que a dor dessa perda está associada ao vínculo criado entre tutor e animal.
“A dor sentida pela perda de um pet é a dor da perda da relação que se construiu com aquele animal ao longo do tempo, a posição que ele ocupou na vida da pessoa, os momentos vividos, os sentimentos, as histórias, por isso que ela é sentida de forma intensa”, afirma.
A empreendedora Lassara Lessonier sempre teve cachorros em casa, mas a relação entre ela e os animais era algo mais “cão de guarda”, sem muitos vínculos entre os dois. Até que ao se mudar para outra cidade, a história mudou.
“Quando me mudei para Curitiba ganhei a Juma, minha cachorrinha. Ela se encaixou direitinho na minha vida”, relembra.
Ainda com Juma em vida, ela decidiu tatuar a cachorrinha, que ficará para sempre na sua pele. Hoje ele tem três melhores momentos registrados na pele.

“Marcar o corpo através da tatuagem pode ser compreendido como uma maneira de escrever na pele a própria história, algum momento, uma pessoa, um afeto. A pele a a funcionar como um registro das experiências, de marcas com sentido singular. Memórias desenhadas, afetos expressos, delineiam a identidade do sujeito. Os sentidos atribuídos às tatuagens, no caso da questão, os pets, são os mais diversos, cabendo apenas ao sujeito que fez responde-lo. No entanto, o que podemos pontuar é o grau de importância do pet na vida do sujeito, fazendo-o registrar em sua pele uma memória, uma relação, um afeto”, explica o psicólogo Flávio Arce.
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