Fotógrafo denuncia banhistas que tentaram laçar sucuri em rio de MS 1h4h3p
Banhistas atacaram com pedras, rojão e tentaram laçar uma sucuri que descansava às margens do Rio Piraputanga, em Terenos, enquanto fazia a digestão na tarde de sábado (24). Eles só pararam quando o professor de fotografia e fotojornalista Everson Tavares, de 30 anos, responsável pela denúncia, disse que a Polícia Militar Ambiental (PMA) estava chegando ao local.
Tavares contou que estava acompanhado da família e boiava no rio antes de ser avisado sobre a presença da sucuri. “Meu cunhado falou com tranquilidade, mas naquele tom de voz firme: Everson saia da água”, lembra.
Ele foi para a margem e conseguiu ver a sucuri entocada. “A gente estava ali há uns 40 minutos. Tinha boiado várias vezes e não tinha visto ela. Estava muito perto, fiquei emocionado”, lembra.
O professor de fotografia pegou sua máquina e começou a fazer registros do animal. “Ela tinha acabado de comer e não se mexia. Achei até que estava morta, mas acho que percebeu minha presença na árvore e levantou um pouco a cabeça”.
Ataque contra a sucuri 13j6t
Pouco depois outros banhistas viram a serpente e começaram a gritar. “A galera ficou desesperada e eu tentando convencer o pessoal que ela tinha acabado de comer pra deixar tranquila. Alguém chegou por trás e tacou pedra e outro disse que tinha um rojão. Ele acendeu e jogou na água”, conta Tavares sobre os momentos que o deixaram indignado.

Tavares se afastou um pouco para acionar a PMA e a PM e quando retornou pouco depois ficou ainda mais surpreso ao perceber que estavam tentando laçar a sucuri. Ele foi orientado a gravar imagens para enviar à polícia ambiental e garantir a chegada dos militares no local, mas conta que não deu tempo. “Nesse meio tempo os caras tinham feito um esquema para laçar a sucuri. Eu não tinha como parar para fazer imagens. Eles já estavam laçando. Fiquei indignado”, diz.
LEIA MAIS: Agricultor sai em busca de peixe, mas dá de cara com sucuri
Sucuri é flagrada digerindo animal de grande porte em Bonito
O fotojornalista diz ter vivido um misto de sentimentos naquele dia. Inicialmente, “a emoção de estar do lado de uma sucuri, em seu habitat. Um misto de respeito pela natureza e medo”, mas também a indignação de ver pessoas “irresponsáveis querendo incomodar o bicho, no habitat dele”, pontuou.
Crime ambiental 56x32
O tenente-coronel Ednílson Queiroz, chefe de comunicação da PMA alerta que manipular animais silvestres é crime ambiental com pena de seis a um ano de detenção.