Produtores de soja apostam em melhor produtividade para superar perdas após estiagem 503436

Com adoção de práticas sustentáveis na produção, os produtores de soja já têm a expectativa de melhores condições climáticas 5o5a48

“O que nos afetou foi a falta de chuva no momento exato que precisávamos. Isso prejudicou a nossa produtividade”, afirma o produtor de Água Boa, Altair José Kolln. A experiência dele poderia ser também o relato de qualquer outro produtor de soja de Mato Grosso sobre a safra de 2023/24, que foi castigada por uma forte estiagem, causada pelo El Niño.

Soja no pé seca e máquina de colheita.
Safra da soja 2023/24 sofreu com estiagem. (Foto: Primeira Página/TVCA)

Na fazenda onde Altair cultiva a oleaginosa, a produtividade foi de apenas 28 sacas de soja/hectare. Na safra anterior, tinha sido de 68 sacas/ha.

ado esse período de estiagem e, com adoção de práticas sustentáveis na produção, os produtores já têm a expectativa de melhores condições climáticas, resultando em maior produtividade na colheita da safra 2024/25.

A falta de chuva em Mato Grosso foi tão intensa no ano ado que levou 43 municípios declararem situação de emergência por estiagem ou seca, segundo a Defesa Civil Estadual. 

A produtividade no estado, segundo dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), ficou 52,16 sacas por hectare na safra atual. Para 2024/25, o rendimento estimado das lavouras está em 57,97. Apesar de alto, o valor ainda não supera a produtividade de 2022/23, quando foi de 62,3 sacas/hectare.

De volta à propriedade onde Altair Kolln produz soja, ele conta que na região de Água Boa, a 736 km de Cuiabá, na última safra, muitos sojicultores tiveram gastos a mais devido ao replantio. 

“Praticamente 90% das propriedades tiveram o plantio, replantio e mais um terceiro plantio, em alguns casos”, conta ao Primeira Página.

Pequena planta de soja após replantio.
Agricultores aumentaram área de replantio em MT na última safra. (Foto: Reprodução/Atomic Agro)

Impactos da seca 6l4623

O replantio é feito para garantir o mínimo de produtividade no campo. Segundo pesquisadores da Embrapa Soja, durante as secas prolongas, o déficit hídrico no período de floração e o enchimento de grãos provoca alterações fisiológicas na planta. Entre elas, o fechamento estomático – das células dos grãos e deixam eles menores, sem preenchimento completo – e o murchamento de folhas.

Situação essa que ocorreu na lavoura do Altair. “Foi uma safra totalmente adversa à realidade nossa. Tivemos uma seca na época do preenchimento dos grãos, onde afetou a qualidade e o peso dos grãos de soja, com isso, a produtividade”, lembrou.

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O diretor istrativo da Aprosoja-MT (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso) e produtor em Marcelândia, a 717 km de Cuiabá, Diego Bertuol, destaca que a produtividade geral no estado ficou em torno de 15% menor.

Em casos específicos, há fazendas fizeram apenas 8 sacas/hectares. Com isso, a relação de custo da produção e retorno da venda ficou desequilibrada.

Plantio de soja, com pantas verde, em Mato Grosso.
Produtividade de soja é medida em sacas por hectare. (Foto: Primeira Página/TVCA)

“Isso acaba impactando diretamente o negócio, não tendo mesmo nem para pagar os insumos, nem o operacional, nem os investimentos, e nem conseguir dar o giro para a próxima lavoura. Então, os produtores, hoje, todos ficaram esperando alguma providência do Governo Federal através do Ministério da Agricultura, o MAPA, e nós não tivemos nenhum retorno”, frisa Bertuol ao Primeira Página.

Comercialização e boas expectativas 4b253f

Atualmente, os produtores de soja estão na fase de comercialização do grão. Conforme o Imea, até maio deste ano, 67,43% dos grãos foram comercializados. A produção do Altair também quase toda vendida, em torno de 80%.

O produtor de Água Boa ainda pontua que o preço das sacas vendidas está abaixo da expectativa. “Ainda está muito a quem da nossa necessidade. Hoje está um preço de defasagem de, no mínimo, de 10 a 15% ao que nós aguardávamos”, disse.

“O nosso sonho é que a soja volte ao patamar de antigamente. Nós chegamos a comercializar soja aqui em Mato Grosso a R$ 180, três anos atrás, e aí caiu os preços e hoje estamos negociando de R$ 95 até R$ 115, aproximadamente”, detalha o sojicultor.

Neste ano, o período de vazio sanitário da soja em Mato Grosso começa no dia 8 de junho e segue até 6 de setembro. O tempo sem qualquer plantação visa evitar o fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática. Nesse mesmo intervalo que os produtores finalizaram a comercialização, já se preparam para a próxima safra.

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Segundo o diretor istrativo da Aprosoja-MT, a expectativa é de melhores condições climáticas para nova safra, com o fim do El Niño, que causou a estiagem intensa, e a volta da La Niña. 

Ele frisa que, mesmo receosos, em razão das perdas e os menores recursos, os agricultores estão otimistas, especialmente os pequenos produtores, que não têm condições de ter sistema de irrigação.

Apesar disso, os trabalhadores do campo estão, cada vez mais, buscando alternativas para enfrentar as adversidades climáticas.

“Olhando para as estiagens, os veranicos (estiagem e calor intenso), sim, o produtor de Mato Grosso, hoje, já tem trabalhado com perfil de solo, com plantio direto. Então, com isso, ele consegue ar por estiagens de chuva. Assim, o produtor vem cada vez mais investindo nisso [em alternativas]”, destaca Diego Bertuol.

Colheita de soja em Mato Grosso.
Colheita de soja em Mato Grosso. (Foto: Primeira Página/TVCA)

Essas tecnologias de cultivo garantem a Mato Grosso o status de maior produtor nacional de soja e que, ao mesmo tempo, tem biomas como a Amazônia, Cerrado e Pantanal, mantendo cerca de 60% de suas matas nativas preservadas. Cenário esse que é possível graças à prosperidade da produtividade nas lavouras mato-grossenses.

“Com certeza, a próxima safra será melhor. Mato Grosso é um estado abençoado por Deus. Vai ser superado [a última safra] com alta produtividade, que esperamos para o ano que vem”, preza o produtor Altair Kolln.

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