Mulheres no agro: evento destaca a participação feminina no setor 222s4x
Produtoras rurais apresentaram histórias de suas propriedades 5z6w5i
Não é de hoje que as mulheres participam do agronegócio em Mato Grosso. Na história das primeiras lavouras tem registrado o nome de muitas mulheres, como Lúcia Maggi, Albina Salles (chamada de Ema), Ana Goellner, Laura Nardes e tantas outras . No entanto, nos últimos anos, essa participação tem se tornado mais evidente, inclusive com mulheres nas istrações das propriedades e nas instituições representativas do setor.

A produtora rural Daila Delai, de 34 anos, foi destaque no evento “Elas no Campo”, realizado por diversas parcerias. Ela apresentou um que narrou sua história na gestão da fazenda da família, em Sapezal, a 473 km da capital. O evento ocorreu na sexta-feira (10), em Cuiabá, e reuniu cerca de 700 mulheres que atuam no agronegócio.
Daila é graduada em agronomia e uma das delegadas da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso). Há 12 anos, ela decidiu se mudar para o estado, para acompanhar o marido.
“O início exigiu muita coragem, porque foi difícil sair da minha cidade natal, onde havia todo conforto, para morar no campo. Ficamos sem energia elétrica na fazenda por quase dois anos, as estradas eram de chão e naquele momento eu fiquei totalmente isolada e distante da minha família”, contou a produtora rural.
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Nesse período, ela foi apoiada pela sogra Beatriz, que vem de uma família de produtores rurais e ajudou nas tomadas de decisão do casal. Juntas, venceram os desafios.
Também de Sapezal, Marilise Marafon, de 55 anos, disse que a agricultura é uma tradição que chegou até ela por meio da avó e da bisavó, que nasceram e cresceram na roça. A diferença hoje é que as mulheres alcançaram papéis até então destinados aos homens. Da casa e cozinha para a gestão da fazenda junto com o marido, seu principal incentivador.

“Nós saímos de Toledo, no Paraná, para Mato Grosso, em 1998, sem dinheiro, para trabalhar com os 290 hectares de terra que a gente tinha, ando por várias culturas, até chegar ao patamar atual, em que cultivamos soja, milho, algodão e gado de corte. Graças à visão do meu marido, avançamos muito na utilização de tecnologias, o que foi fundamental para a expansão dos negócios”, relatou Marilise.
Há quatro anos ela ficou viúva e, desde então, vem istrando os negócios da família.
Liderança feminina 53o3e
De acordo com o Censo Agropecuário do IBGE, no Brasil, em 2017, havia cerca de 940 mil mulheres no comando de propriedades rurais, um percentual de quase 20% em um universo de 5 milhões de pessoas. Outra pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, realizada em 2018, apontava que as mulheres ocupavam 34% dos cargos gerenciais no agronegócio, um salto considerável comparado há algumas décadas.