Doma racional: método mudou a forma de tratar os cavalos 5l1c1b
Criadores investem na conquista do respeito do animal 572h4j
Nesta semana, ocorre um evento conhecido como “Semana do Cavalo”, em Cuiabá. Pegando este gancho, o Primeira Página conversou com um criador e um instrutor sobre como a relação homens e cavalos vem sendo transformada, especialmente com o advento da doma racional.

A doma racional mudou os conceitos de como tratar o cavalo e revolucionou o trabalho, tanto nas propriedades rurais, quanto nos haras.
O fisioterapeuta e apaixonado por cavalos, Tiago Neri, de 42 anos, morador de Campo Verde, a 139 km de Cuiabá, desde criança teve contato com os animais o sítio da avó, no interior de São Paulo. Hoje, ele está montado o próprio haras, onde cria cavalos da raça quarto de milha e pôneis.
“Antigamente, a relação do homem com o cavalo era muito mais bruta, tudo era feito meio à força. O animal era amarrado, encilhado e obrigado a cavalgar horas e horas. Hoje, isso mudou. Com a doma racional, hoje, você lidera o cavalo sem que tenha que bater nele”, relatou.
Durante muitos anos, não havia uma técnica para encilhar e montar o cavalo, nem era considerada a raça, o tipo de animal, e o modo rústico foi ado de geração em geração. A doma, chamada de racional, mudou essa visão.
Os peões da atualidade calculam os centímetros corretos para a colocação da cela, de forma que não machuque o animal. Todos apetrechos de montaria são colocados em harmonia e considerando as características do cavalo.
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Hoje, segundo o instrutor Lourival Teixeira, de 52 anos, primeiro, é desenvolvida uma relação com o animal, de maneira que ele tenha confiança no cavaleiro. “Estabelecida essa confiança, o cavalo a a obedecer voluntariamente o condutor, não por força, mas por apreço”.
Tiago ou pelo curso e também mudou o tratamento com os cavalos. “Minha visão mudou muito, inclusive com relação ao respeito. Aprendi a liderar o animal”, contou Tiago.

O instrutor usa um método americano, adotado há muitos anos no Brasil. “Eu trabalho com este método há 12 anos, ele considera três elementos: confiança, respeito e liderança. Aprendemos a respeitar o espaço e o tempo de cada animal, até que ele se sinta pronto para se liderado.
Lourival explica ainda que antes a ideia era fazer com que o cavalo entendesse o homem, hoje, é o homem que tem que entender o animal, para assim, conquistá-lo e pode exercer a liderança sobre ele. “O cavalo vive em bando, não vive sozinho, então, sempre tem um líder, a partir do momento em que você entendo o animal, você tem conhecimento para comanda-lo”.

No entanto, um pouco mais de cuidado e dedicação precisam ser dispensados aos animais traumatizados pela doma tradicional. “O animal maltratado, terá mais resistência, tem medo, então é mais difícil conquistar a confiança dele”, explicou.
A boa notícia, segundo o instrutor, é que cerca de 90% das propriedades rurais já não usam mais a doma tradicional. “Os criadores de cavalo estão mais conscientes e sempre optam pela doma racional. Ainda sentimos um pouco de resistência entre os peões, mas isso está mudando”.