2050 é logo ali! Como a sustentabilidade no Agro vai alimentar uma superpopulação mundial? 2z4h2b
A agricultura sustentável vai garantir a conservação dos recursos ambientais ao mesmo tempo que vai atender as necessidades das gerações futuras 1c1m37
De acordo com o relatório “Perspectivas da População Mundial”, lançado pela ONU, a população global pode alcançar a marca de 10 bilhões de pessoas em 2050. Diante dessa projeção surge o questionamento: seria possível alimentar todo mundo sem uma produção agrícola sustentável? E a resposta é: não!

O caminho natural do campo até a mesa sempre foi marcado pelo trabalho de quem planta, colhe, transporta, industrializa e vende. Com o ar do tempo essa relação de produção e consumo ou por adaptações e melhorias, mas os desafios não param por aí. Mudanças climáticas e exigências do mercado internacional, por exemplo, já são uma realidade, mas a missão também é mitigar perdas para que o consumo também seja mais consciente, sustentável e principalmente eficiente.
Equalizar essa questão não significa, necessariamente, abertura de novas áreas, mas sim de mecanismos para evitar perdas. Tanto que, em 2020, a chefe do PNUMA (Programa de Sistemas Alimentares Sustentáveis do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), Clementine O’Connor, defendeu que não se pode resolver um problema e criar outro, ou seja, produzir mais comida apenas para desperdiçá-la não deve ser a opção.
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A estimativa é que da porteira do produtor até chegar à mesa do consumidor, cerca 1,3 bilhão de toneladas são perdidas ou desperdiçadas a cada ano. Nesse sentido, o desafio é melhorar as etapas de produção, diminuindo e até eliminando perdas.
As perguntas que existem em relação ao futuro podem ser resolvidas olhando para o ado. Ao resgatar a história dos produtores rurais brasileiros de 1970 vemos o exemplo de pessoas que abraçaram o pioneirismo e uniram o conhecimento familiar com estudos e técnicas modernas. Isso abriu caminho para uma história de recordes. A sojicultura brasileira é um sucesso que foi conquistado com grandes investimentos em pesquisa e tecnologia.
“Todo o esforço em tropicalizar esta cultura permitiu ao Brasil deixar de ser importador do grão, na década de 1970, para se tornar o maior produtor e exportador de soja no mundo”, ressaltou o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno. Só na safra 2022/23 o Brasil produziu mais de 150 milhões de toneladas de soja, segundo levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
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Um levantamento da Embrapa Soja apontou que a cultura do grão foi a que mais cresceu no Brasil nas últimas cinco décadas. De lá pra cá a produção aumentou mais de 1000% e a área plantada cresceu cerca de 400%. Em outras palavras, os produtores aram a produzir mais em menos espaço e com eficiência e sustentabilidade, num processo que vai desde a semeadura até a pós-colheita da soja.
O desafio de criar uma cadeia produtiva robusta, sustentável e organizada sempre contou com parceiros. Nesse contexto, a Embrapa Soja vem trabalhando no desenvolvimento de redes de pesquisa com foco em soluções sustentáveis e a agricultura de baixo carbono.
O ISL (Instituto Soja Livre) também é aliado, tanto que, desde o ano ado, busca validar internacionalmente a mensuração da pegada de carbono da produção. Vasco Van Roosmalen, cofundador da ReSeed, empresa especializada na gestão de créditos de carbono, explica que apenas 1% dos créditos de carbono no mercado são voltados à agricultura e que o setor é fundamental para as emissões e gestão de estoques de carbono.
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Uma pesquisa global da consultoria Mckinsey enalteceu o agro brasileiro e o classificou como o mais sustentável do planeta, identificando que os produtores daqui já adotam técnicas modernas que, em outros países, ainda são um desafio. Exemplo disso é o sistema da ‘Integração Lavoura-Pecuária-Floresta’ (ILPF) presente em 18 milhões de hectares no Brasil e que deve dobrar de tamanho até 2030.
Com características únicas em termos de biodiversidade, Mato Grosso é considerado um exemplo mundial de produção sustentável e já envia alimento para boa parte do mundo. O estado é o maior produtor nacional de soja, ao mesmo tempo que mantém 62% de suas matas nativas preservadas.
O processo para uma produção cada vez mais sustentável é contínuo e exemplo disso é que no Estado, no ano ado, 165 pequenos e médios produtores de soja foram beneficiados por uma parceria internacional entre o governo do Estado, o Instituto PCI e as principais traders globais de soja. Ao todo, mais de 33 mil hectares receberam assistência técnica e investimentos em boas práticas. “Foram investidos mais de 3 milhões de reais em intensificação da agricultura e adequações socioambientais nas propriedades”, destacou Caroline Nóbrega, diretora-geral da Aliança da Terra.
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Outro exemplo positivo vem da Aprosoja-MT (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso), que destacou as ações de sustentabilidade da agricultura mato-grossense no Green Rio, realizado no Rio de Janeiro, em agosto de 2023. Na ocasião foi apresentado o projeto Guardião das Águas que fez levantamento em 57 cidades e catalogou mais de 102 mil nascentes, desse total 95% estão em ótimo estado de conservação.
A FAO (Food and Agriculture Organization), que é uma agência da ONU (Organização das Nações Unidas) destacou que a agricultura sustentável é o futuro que vai garantir a conservação dos recursos ambientais, sendo um segmento indispensável para alimentar os quase 10 bilhões de habitantes que o mundo deve ter até 2050.
Nesse desafio, a indústria a céu aberto de Mato Grosso segue sendo exemplo internacional porque oferece produtos seguros e sustentáveis e ainda estimula o uso racional dos recursos naturais – isso garante que as gerações futuras vão continuar tendo o aos ecossistemas, alimentos, produtos e serviços que já são oferecidos hoje em dia. Enfim, se o futuro é logo ali e a missão é atender uma superpopulação com qualidade e responsabilidade ambiental, podemos dizer que o agronegócio brasileiro, em especial o mato-grossense, está pronto para o amanhã.